A segunda A é de arrepiar. A rima não é proposital, é fruto da verdade minha. Última aula de quinta-feira, numa biblioteca abafada. Eles chegam falando alto, J. já vem com os braços estendidos, querendo mexer no interruptor de luz e nos deixar às escuras. F. rola pelo chão. J. P. entra correndo. E eu digo a eles que vou me transformar em bruxa. Eles me olham com uns olhos muito abertos e brilhantes. Toda aula tenho de retomar os combinados, toda aula coloco música clássica ou new age por uns cinco minutos, com a luz apagada. Para que eles se aquietem, para que eu respire. Contar histórias ou ler em voz alta para eles é um desafio. Uma vez levei balas. Pensei: " Enquanto mastigam eu leio." Nem sombra. As balas sumiram nem bem descascadas. E levar a leitura do livro Porcolino e mamãe até o fim foi uma verdadeira saga. Teve quem dissesse: " Toda hora ele fala isso!" para quando eu lia "Mamãe!"( era o porquinho chamando pela mãe e se recusando a brincar com as outras famílias de animais).
Hoje, meninas da quarta-série foram falar de suas leituras para eles, então eu só pensava em como mantê-los quietos durante a apresentação delas. Mas eis que um dos garotinhos da turma me chega com o livro Gildo, que ele ganhou na sacolinha ( Minha Biblioteca) e me diz: Lê pra nós?"
Que fazer? Apaguei a luz. Iluminei o livro com a lanterna, mudei a entonação de voz aqui e ali, ora baixo, ora alto, fiz a voz do Gildo, fiz gracejos ( "Eu namorei um rapaz chamado Gildo, mas ele era mais bonito que esse do livro" ou "O pai dele é mais bonitinho, olha a gravata dele, parece ser inteligente com esses óculos"ou "Olha aqui, é uma sala de aula, umas crianças tão feinhas, parecem vocês) Uns riram, outros torceram o nariz, outros ainda vieram tocar o livro: "Deixa eu ver", "Lê o que está escrito no balão" As crianças são verdadeiramente umas criaturinhas muito interessantes. Mas quase nos põem loucos quando andam em bandos.
O livro do Gildo é uma graça. Ele é um elefante que tem medo de bexigas. Os temores das crianças tratado com delicadeza e humor. E com letra bastão, para que os filhotes de gente possam ler sozinhos.
Hoje, meninas da quarta-série foram falar de suas leituras para eles, então eu só pensava em como mantê-los quietos durante a apresentação delas. Mas eis que um dos garotinhos da turma me chega com o livro Gildo, que ele ganhou na sacolinha ( Minha Biblioteca) e me diz: Lê pra nós?"
Que fazer? Apaguei a luz. Iluminei o livro com a lanterna, mudei a entonação de voz aqui e ali, ora baixo, ora alto, fiz a voz do Gildo, fiz gracejos ( "Eu namorei um rapaz chamado Gildo, mas ele era mais bonito que esse do livro" ou "O pai dele é mais bonitinho, olha a gravata dele, parece ser inteligente com esses óculos"ou "Olha aqui, é uma sala de aula, umas crianças tão feinhas, parecem vocês) Uns riram, outros torceram o nariz, outros ainda vieram tocar o livro: "Deixa eu ver", "Lê o que está escrito no balão" As crianças são verdadeiramente umas criaturinhas muito interessantes. Mas quase nos põem loucos quando andam em bandos.
O livro do Gildo é uma graça. Ele é um elefante que tem medo de bexigas. Os temores das crianças tratado com delicadeza e humor. E com letra bastão, para que os filhotes de gente possam ler sozinhos.
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