quarta-feira, 4 de abril de 2012

Espelho - poema


O que você vê em mim
É o que você é
O que vejo em você
É o que eu sou
Algo de bom, algo de ruim...
Vê beleza?
Também a possui...
Vê pobreza?
Também a carrega...
Sou também meu pai, que me originou
Sou também ele, em maior ou menor medida...
Sou também minha mãe
Que me concebeu
No mais profundo amor e calor do seu ventre...
Vê indisciplina?
Analisa com cuidado
Se cumpre com a agenda...
Vê minha fuga ante o obstáculo?
Quantas vezes recuou
Frente a uma dificuldade ou um não saber fazer...
Sua beleza pode não estar tão à superfície
Quanto a minha...
Mas pede que a realce
Com belos sorrisos
Trajes, cores, perfumes...
Me acha desorganizado?
Quantas vezes, em nome da ociosidade
Deixou para depois
Tarefas urgentes...
E se viu, após um tempo, assoberbado
Com o acúmulo de trabalho existente...
Vê que não gerencio bem o tempo
E que durmo demais?
Repara a que pé estão as suas realizações...
Vê graça, doçura, pureza em mim?
É porque sua alma reclama
Em ver valorizados
Os seus encantos...
Guarda e medita nisso:
Se vê é por que tem.
Sou seu espelho,
Seu reflexo na areia encantada.
Vim para servi-lo
Veio para servir-me...
Contempla sua imagem
Em mim refletida
E a partir dela
Cultiva e aprimora
Seus dons e virtudes.
Minimiza e elimina
Os vícios
E sentimentos de inferioridade.

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