A linda
Rosa Juvenil
vivia
alegre a cantar
pela manhã,
tranças ao ar
ia ao
jardim,
ia regar e
entre flores requebrar
mas eis que
a feiticeira má
muito má,
muito má
sentiu
tamanha irritação
com toda
aquela alegria
e pôs a
Rosa para dormir
por anos
que nunca chegavam ao fim.
E todo dia
ia mal, muito mal, muito mal
faltava o
canto a alegrar
gente,
bicho, planta e ar
ao seu
redor gente a tentar
a doce Rosa
despertar
mas ninguém
nunca conseguia
pôr fim
àquela agonia
foi quando
o Cravo Valente
decidiu a
feiticeira enfrentar
E por ser
ela muito má, muito má, muito má,
Cravo
tratou de seu corpo fechar
rezou
terço, acendeu vela,
levou
benzido o patuá
e a feiticeira
foi visitar
e foi
disposto a persuadir
a
feiticeira muito má
o seu
feitiço desmanchar
mas a mata
estava enfeitiçada
toda escura
e enlameada
Cravo
perdeu-se no caminho
ele corria,
ele chorava
com a pele
toda arranhada
já bem
tarde achou a picada
que dava à
casa da malvada
quando
chegou, tudo vazio
nem
vestígio da feiticeira
Cravo pôs
pra esquentar a chaleira
e desabou
numa cadeira
procurando
descansar
pra
feiticeira enfrentar
Quando
acordou foi grande o susto
a sala
estava repleta de vultos
eram quinze
bruxas a observar
o frágil
Cravo em seu reduto
e as bruxas
rindo a mirar
o pobre
Cravo a assustar
ele tentou
sair, tentou correr
mas não
havia o que fazer
as suas
mãos foram atadas
por fios de
teias empoeiradas
com as
gargalhadas que ouviu
sentiu que
estava por um fio
elas
passaram a girar
as botas
batiam sem parar
"
Estou com fome, já estou a tremer!
e é este o
cravo que irei comer!" gritou a prima da dona do lugar
"Espere!
Vamos nos divertir!
ele não tem
como fugir
tem na
cozinha, deixei lá
enroladinhos
a assar
que sua
fome vão com certeza aplacar
vá pra
cozinha, frágil presa
traga-nos
já a bandeja
e que não
tente escapar
pois será
grande o nosso irar!",
advertiu a
bruxa, a gargalhar
Os fios das
mãos se desligaram
Cravo foi
pra cozinha atordoado
nem conseguia
respirar
bem grande
era o seu penar
O Cravo viu
que não podia
vencer o
bando de feiticeiras
e pela
porta dos fundos tentou sair
mas os
enroladinhos trataram de o impedir
selaram a
porta, travaram a saída
e Cravo
teve que voltar
pra sala e
ver no que ia dar
"Eu
avisei, não ousasse tentar
esta cabana
abandonar - tornou a anfitriã a falar
não temos
tido visitas há anos
é nossa
presa, só poderá sair
se for
capaz de decifrar
os enigmas
que estivemos a bolar
sente-se
logo! já vai começar!
são três os
nossos desafios
Reze, pois
se um deles errar
jamais o
iremos libertar!
será nosso
servo, nosso escravo
e esquecerá
que um dia foi Cravo!
" Os
números que nas caveiras faço agora surgir
diga em que
ordem devem ir"
58
205 99 65
e agora
sabichão, qual será a solução?"
"Se
não assunto bem, já vou me enganando - disse o Cravo
mas não sou
bobo, já sei seu plano
não é
preciso nas caveiras se enxerir!
em ordem
alfabética elas devem ir!'
Muito bem,
Cravo sabido!
cuidado,
não vá se enganar!
o segundo
enigma estou na bolar
não se
anime que a sorte é matreira
e se ela
foge, lá vem asneira
e aí você
não tem como escapar
Cuidado!
Uma bruxa faminta está a lhe observar!
São quinze
bruxas,
quinze a
fiar
mas eis à
porta
outras
vinte a entrar
cinco
saíram
foram
passear
das que
ficaram
dez a
cochilar
e destas,
três foram caçar
sapos e rãs
pra poções preparar
responda
rápido, sem pensar
quantas
continuaram a fiar?
Cravo
matutou, não perdeu tempo
nem bem a
feiticeira dizia
os versos a
melodia,
em sua cuca
os pensamentos corriam
"Eu
não sei bem, porém me arrisco
a caminhar
no labirinto
tenho pra
mim, estou quase certo
que as
quinze pararam de fiar
quando as
amigas chegaram em seu lar
sei bem que
são hospitaleiras
e café
coaram pras parceiras
portanto,
não há como errar
nenhuma
bruxa quis mais fiar
"Seu
nome não deveria se Valente
pois possui
uma ágil mente
é a
primeiras vez que vemos
alguém
acertar nossos brilhantes desafios
se acertar
o último deles
é justo que
o libertemos
e também
poderá pedir
o que
quiser, nós iremos consentir"
e a bruxa
foi dizendo o derradeiro desafio:
"O
cubo que imagino em minha mente
possui negras
faces, escuros rostinhos
para
pintá-los, de quantas cores preciso
se os
rostos andam em parzinhos?"
Cravo coçou
a cabeça, pensou que estava frito
foi quando
lembrou da aula de matemática
por sorte
não a havia perdido
são
seis os rostinhos do seu cubo
andam em
pares então só pode ser
que cada
cor pinte duas faces
então são
três, eu tenho pra mim, as cores que o cubo vão colorir!"
"Ora,
ora, Cravo Valente
foste um
bravo no batente!
vejo bem
que tolo não é
então seja
breve e diga o que quer!"
"desejo
que diga, gentil senhora
o que fazer
para acordar
Rosa
Juvenil, negra faceira
minha mais
cara e meiga amiga
que a
senhora deixou adormecida"
"Só
isso? Já vou dizer
nada me
impede de atender
arrume
alguém que valente seja
e que ele a
beije na bochecha
Rosa
cantando acordará
e todos
felizes irão celebrar."
E foi assim
que Cravo Valente
descobriu
como acordar
a linda
Rosa Juvenil
que a todos
encantava com o seu girar.
qui legal
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